A aliança com parceiros locais, que parecia ser um atalho para a expansão das grandes construtoras nacionais, acabou se mostrando um caminho tortuoso, principalmente pela perda de controle dos custos. A recente compra pela Cyrela Brazil Realty da participação da baiana Andrade Mendonça na Cyrela Andrade Mendonça é um exemplo de que a estratégia falhou e o velho provérbio prevaleceu: “o olho do dono é que engoda o boi”.
Segunda maior construtora do país, com vendas de 4,9 bilhões de reais em 2010, a Cyrela Brazil Realty foi a empresa que mais apostou nas parcerias locais. A companhia intensificou a contratação de parceiros, sobretudo em 2007 e 2008, com a missão de expandir os negócios para outras regiões. Sem acompanhamento próximo, 30 de seus 209 canteiros espalhados pelo país custaram até 5% mais que o previsto - e 19 têm mais de seis meses de atraso.
Para reverter o cenário, a construtora anunciou, em abril, a redução das parcerias. Até então, 65% de suas obras estavam nas mãos de construtoras locais. Agora, apenas 30% delas serão terceirizadas. "Com a medida, a rentabilidade deve aumentar", avalia Guilherme Vilazante, analista da Barclays Corretora.
Outras empresas restringiram o perfil dos empreendimentos que lançam. É o que fez a paulista Trisul, com vendas de 816 milhões de reais em 2010. O lucro líquido da empresa recuou 167% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, e ela perdeu mais de 40% do valor de mercado nos últimos 12 meses.
"Não estávamos preparados para atuar na baixa renda", diz Jorge Cury Neto, presidente da Trisul. Hoje, até 60% de seus empreendimentos são dedicados a esse público. Neste ano, dos lançamentos previstos pela companhia - que somam até 300 milhões de reais -, apenas 20% serão destinados à baixa renda, que deve ser extinta do portfólio a partir de 2012. "Vamos voltar a atender o público que conhecemos bem: a média e alta renda paulistana", diz Cury Neto.
Algumas empresas que adiantaram a depuração de seu portfólio já viram os resultados. A PDG, maior construtora do país, reduziu o número de parceiros regionais ao longo de 2010. No primeiro trimestre deste ano, a empresa faturou 1,5 bilhão de reais, 30% mais que o obtido no mesmo período do ano passado. O lucro cresceu no mesmo ritmo.
Analistas acreditam que os resultados no setor devem melhorar até 2012. "A demanda dos compradores permanece, o que ajudará na recuperação", diz Marco Aurélio Barbosa, da corretora Coinvalores. Para ganhar dinheiro nesse contexto, as empresas já aprenderam pelo menos o que não fazer.
(Fonte: Revista Exame)
Segunda maior construtora do país, com vendas de 4,9 bilhões de reais em 2010, a Cyrela Brazil Realty foi a empresa que mais apostou nas parcerias locais. A companhia intensificou a contratação de parceiros, sobretudo em 2007 e 2008, com a missão de expandir os negócios para outras regiões. Sem acompanhamento próximo, 30 de seus 209 canteiros espalhados pelo país custaram até 5% mais que o previsto - e 19 têm mais de seis meses de atraso.
Para reverter o cenário, a construtora anunciou, em abril, a redução das parcerias. Até então, 65% de suas obras estavam nas mãos de construtoras locais. Agora, apenas 30% delas serão terceirizadas. "Com a medida, a rentabilidade deve aumentar", avalia Guilherme Vilazante, analista da Barclays Corretora.
Outras empresas restringiram o perfil dos empreendimentos que lançam. É o que fez a paulista Trisul, com vendas de 816 milhões de reais em 2010. O lucro líquido da empresa recuou 167% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, e ela perdeu mais de 40% do valor de mercado nos últimos 12 meses.
"Não estávamos preparados para atuar na baixa renda", diz Jorge Cury Neto, presidente da Trisul. Hoje, até 60% de seus empreendimentos são dedicados a esse público. Neste ano, dos lançamentos previstos pela companhia - que somam até 300 milhões de reais -, apenas 20% serão destinados à baixa renda, que deve ser extinta do portfólio a partir de 2012. "Vamos voltar a atender o público que conhecemos bem: a média e alta renda paulistana", diz Cury Neto.
Algumas empresas que adiantaram a depuração de seu portfólio já viram os resultados. A PDG, maior construtora do país, reduziu o número de parceiros regionais ao longo de 2010. No primeiro trimestre deste ano, a empresa faturou 1,5 bilhão de reais, 30% mais que o obtido no mesmo período do ano passado. O lucro cresceu no mesmo ritmo.
Analistas acreditam que os resultados no setor devem melhorar até 2012. "A demanda dos compradores permanece, o que ajudará na recuperação", diz Marco Aurélio Barbosa, da corretora Coinvalores. Para ganhar dinheiro nesse contexto, as empresas já aprenderam pelo menos o que não fazer.
(Fonte: Revista Exame)
Nenhum comentário:
Postar um comentário