Alta nos preços dos imóveis não representa indício de bolha imobiliária, afirma especialista Para João da Rocha Lima Jr., do núcleo de Real Estate da Poli-USP, não existe demanda artificial que caracterize especulação no mercado. |
Apesar da alta no preço dos imóveis no país, não há evidências de investimentos especulativos que possam vir a causar uma bolha. Essa é a opinião do professor titular de Real Estate da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) e coordenador do Núcleo de Real Estate da universidade, João da Rocha Lima Jr. O professor explica que a bolha imobiliária só é possível com a existência de uma demanda artificial. "Demanda artificial é gente comprando para esperar valorizar, sem o objetivo de uso. Nesse caso, a demanda fica muito além do que o mercado pretende comprar para usar, aí é possível ter um crescimento artificial de preços e consequentemente uma bolha". Ele também ressalta que é comum, em processos de aumento de demanda no mercado, alguns empreendedores traçarem uma linha contínua de alta supondo que esse processo continuará por muitos anos, projetando com isso uma demanda artificial. "Nenhuma dessas situações parece estar configurada no mercado nacional hoje", afirmou, durante a palestra Avaliação Mercadológica e Macroeconômica do Mercado Imobiliário, realizada hoje (23) pela incorporadora BNCORP em São Paulo. O engenheiro destacou que, atualmente, os empreendedores ainda atendem à demanda orgânica existente no País sem pressionarem o mercado em busca de investidores. Custo x Valor Um dos principais aspectos comentados por Lima durante o evento foi o aumento do custo da construção e da mão de obra. Segundo ele, o Índice Nacional da Construção Civil (INCC) não funciona também como parâmetro para o cálculo dos preços dos imóveis, devendo ser adicionado um valor a mais no custo do empreendimento. "Ninguém pode esperar que o INCC espelhe a realidade específica de uma determinada obra. O índice tem um caráter macroeconômico, ele não pode se espelhar em alguns elementos da amostra", adverte o pesquisador. Ele destaca ainda que o INCC é uma média nacional, e que portanto não abarca condições regionais específicas. O engenheiro detalhou a forma pela qual os preços de imóveis são formados, apresentado informações sobre as diferentes faixas de renda e suas diferentes necessidades e anseios. Segundo Lima, o preço de um imóvel resulta de uma série de custos para a construção do empreendimento, mas o valor atribuído a ele pelo consumidor depende da sensação que o comprador tem em relação ao imóvel, sem fundamentação técnica. Segundo Lima, o preço dos imóveis comerciais na cidade de São Paulo está alto em relação a um mercado imobiliário equilibrado, com os aluguéis crescendo acima da inflação, mas que esses preços devem se estabilizar em 2011 nos principais mercados do país. Fonte: PINIweb. Por: Mauricio Lima. |

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quinta-feira, 17 de março de 2011
Saiba o que é uma bolha imobiliária
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